segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fui ao eco pedir doces cantos...

Não me lembro a data desse poema.Sei que foi no final dos anos 90 quando o escrevi.A ver o rascunho, vi o quanto ele é sensível.Imagine a sensibilidade no seu extremo...demais!!!

By Elder Poltronieri-00001-Estrada Balneário - Lutécia-SP-Trilhas de Bike-PARAGUAÇU PAULISTA-SP

I

Fui ao eco
pedir doces cantos,
o que encontro
senão minh'alma
sentada ali...
aflita e chorosa, 
clamando do vento
também doces prantos.

Quisera minh'alma
do vento
uma lágrima
buscar!
Sensível e clara
qual choro
das canções de ninar.

Fui ao eco
pedir doces cantos:
mas minh'alma
ali calada,
insistia na
na meiguice da calma,
a cobrir-se
de tristes mantos.

Eram medos
que a vida
Indecorosa a cobriu.
Era de um linho tecido
que homem nenhum
jamais sentiu.

Fui a eco
pedir doces cantos,
mas como havia
somente minh'alma ali,
clamei ao eco
que piedosamente
quebrasse o encanto.

II

Na magia
do desencanto,
caí ao encontro
do nada.

No espaço
frívolo;
num silêncio
sinistro e inocente
nada revejo,
e diante do nada
infiltra-se
no meu ego
dramas e gritos.

Desfalecido...

E no desespero
do próprio abismo,
renascia o canto
que eu pedira,
ao eco aflito.

De um nada
então,
saía uma canção,
e meu corpo
incolor,
 que flutuava indolor
então, fez um ballet
sobre esse abismo
que já destroçado,
foi ao encontro
do meu próprio
Infinito.

Elder Poltronieri
Final dos anos 90 (Não anotada)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sei que posso...

Esse poema, um dos meus prediletos, retrata uma fase de RECOMEÇO em minha vida.Estava sem emprego, voltei para casa dos meus pais depois de muitos anos fora. Era uma nova busca.Um poema FORTE e SENSÍVEL que me emociona até hoje.Foi escrito em 26/11/2001.Era realmente uma fase em que SOFRI muito..mas tudo passa!


By Elder Poltronieri 0002-Estrada Balneário-Lutécia-Parag.Pta



Sei que posso...

Sei que posso cantar
e minha voz se liberta:
sei que posso gritar!

Nos versos roucos,
que de minh'alma sai,
posso sentir  a força,
...que pelo vazio vai.

Sei que posso cantar;
e meus versos libertos
insistem em me dizer:
Sim...eu devo gritar.

Na melodia louca
que a canção desfaz,
posso abraçar a ternura
que no ceu se refaz.

Sei que posso falar,
mas minha voz, quer se calar.
Não...eu devo poetar.
porque os meus versos
me dão força
para poder lutar!

Elder Poltronieri
26/11/01




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Se existe um canto...

Escrevi esse poema em 30/06/97. Passava por uma fase de mudanças, estava em processo de separação, e me vi completamente solitário, em busca de novos rumos na vida. Me lembro ter feito esse poema a beira do lago, na cidade de Araras-SP, onde morava na época.É muito profundo e melancólico.

Foto da Cotovia
Se existe um canto...

Se exite um canto,
Eu quero ouví-lo!
Na forma mais suave,
De poder tocá-lo.

Se existe um canto,
Ah quem dera,
Uma cotovia eu pudesse ser,
Para esse canto existir
E o vazio dos ecos preencher.

Se existe um canto,
Eu quero ouví-lo,
E no profundo do meu encanto,
Não somente ouví-lo:

Se existe um canto,
Eu simplesmente preciso sentí-lo.


Elder Poltronieri
Araras-SP
30/06/1997







terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Texto de Osmir Pereira

Osmir Pereira/Facebook

Somos amigos de infância, e crescemos juntos em buscas dos mesmo sonhos e ideais.Sofremos as dores que o destino nos oferecia em bandeja de prata.Corremos atras dos sonhos e cultivamos ideais.O Osmir teve muitas participações em minha vida literária, quando sugeriu o título do poema MINHA VIDA...Um traço esboçado num painel inacabado, na qual me rendeu o Título de Poeta Brasileiro em 1989.
Amante da arte e das letras, fica aqui minha homenagem a esse célebre amigo na qual admiro e respeito muito.
Segue um dos seus textos que me escreveu em 2003...


As nossas lágrimas são gotas de cristais, como aquelas caídas do alto de uma cachoeira, banhada pelos raios do sol. Nesse contraste entre frio e calor, água e fogo podemos nos deparar com diferenças contidas em nosso universo interior.
A magia da vida está nos fragmentos de coisas indefinidas, dúvidas, incertezas...buscas! E nessas buscas não podemos ignorar aqueles que encontramos no caminho do nosso crescimento, de nossa evolução como seres inteligentes.
Os companheiros do caminho nos mostram em seus atos e palavras, os espelhos que refletem nossas deficiências e também nossas virtudes.
Espero que nessas idas e vindas de nossa estrada, possamos nos encontrar e ter algo de novo, de velho, mas que seja original para se oferecer.

Osmir Pereira, Junho de 2003

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Minha dor é mito

Este poema foi escrito nos anos 80, não me lembro a data real.Mas é um poema que amo, ele é cheio de singeleza, meiguice e retrata uma doçura incrível.Na imagem, o retrato de Ícaro.


Minha dor é mito...

Anjos Solenes
 Voavam sobre mim
E como crianças,
De canções ao ceu,
Brincavam festivas
Com suas auréolas douradas.

Meu ser caído,
Numa terra desconhecida
Desalentado,
Numa solidão esquecida
...gemia de dor!

Anjos solenes brincavam
Com lenços de cetim,
Enxugavam minhas lágrimas
Que caíam ao pó,
...em som de clarins.

Lá vinham,
Cantando como crianças,
Querubíns de seis asas.
Traziam harpas e cristais
E me ninavam,
Com suas canções celestiais.

E outros anjos,
Com asas alvas, carmim
Jogavam em meu corpo,
Pólem...um perfume jasmim.

Um sorriso então,
Despontou em meus lábios.
Tal qual criança perdida,
Vi-me na luz.

E todos querubins
Com outros  anjos em volta,
Seguraram minha mão e
Com azeite perfumado
Curaram minhas feridas
Feitas pelo tempo e a vida.

Anjos solenes,
Que cantavam e brincavam
Eram crianças, eram anjos
E traziam em cálices de ouros
Água de prata e sede.

A sede da paz
Simbolizada por uma era,
Era de branco,
Cor de asas.

Anjos que brincavam,
Querubins cantavam
Como doces pequeninos,
Fizeram me puro
Envolto em plenitudes.


Elder Poltronieri
do livro TRAPOS E BANDEIRAS-poesia















sábado, 14 de janeiro de 2012

Copos Drogados de Cristais

Copos vazios,
Fulgazes em busca
De prazeres.
Cristais...vidros doentes
Num círculo
De correntes
Dependentes de amor.

Cristalino e divinos
Prazeres que se misturam,
Em vozes esmagadas
Por corpos atrozes,
Seres trépidos e
Incógnitos mortais.

Lágrimas quebradas
Em coração de vidro.
Dor estraçalhada,
Em cérebro de cristal.
Copos vazios
Que buscam incansáveis,
Espaços noturnos,
Doentes sorrisos
...transparências!

Copos drogados,
Saciados de amor e sarcasmos
Que quando lançado num chão,
Que vitrificado é...
Se resume em cerveja e coca.

E assim canta esse país,
Mapa trincado e destruído
Por um louco transparente
Que é vidro
Num hospital de Cristal.


Autor:Elder Poltronieri
Trapos e Bandeiras-1995

Copos Drogados de Cristais - imagem

By Elder Poltronieri 2011
Copos Drogados de Cristais é um poema de Elder Poltronieri editado no livro Trapos e Bandeiras no ano de 1995.É um poema que fala da solidão extrema, devaneios e indefinições dos sentimentos interiores.Um poema moderno e dramático.